Saturday, May 14, 2011

Blasfémia


Sei que não me ouves. Quero que saibas que não vou deixar de te ter, mesmo que alguém te encontre, outra vida te leve, mesmo aí. Gostava que soubesses que falo sozinha pela casa como se tivesses aqui. Faço as perguntas gravadas no tempo, nosso tempo. Dou as respostas que darias porque sabias que gostava de as ouvir. As mesmas brincadeiras continuam, agora só com uma personagem. Duas. A saudade ocupou o teu lugar na nossa mesa, na nossa cama, nos nossos desvarios de tempos livres, apagando outras ideias que vivam foram de nós, mas que nos levavam alguma alegria que podia ser demais. Só nos tínhamos a nós.

Os dias passaram a anos, as noites são vazios de angústia. Se calhar pensas que estou para aqui bem como nunca estive. Se pensares bem, como quando te punhas a olhar o nada e depois sorrias antes de me espantares outra vez com o teu brilhantismo e inteligência que às vezes me assustavam e me faziam sentir fora dum mundo que não era meu. Se pensares, já não sou eu. Apenas vivo, mas não sou eu. Sou quem nunca fui. Não tenho nada, apenas sou os ecos das tuas gargalhadas por cima do barulho de fundo. Apenas sou as lembranças dos teus aconchegos. Apenas sinto o teu calor macio na mão que apertava a minha como se duvidasse de ali estar.

Monday, October 18, 2010

Rútilo


Thursday, September 30, 2010

Argueiro


Tuesday, September 07, 2010

Vontade

Wednesday, September 01, 2010

Estio


Espera


Tuesday, December 29, 2009

Outra continuação



Bom Ano. Novo.

Friday, November 20, 2009

De frente.